Banda dos Fuzileiros Navais emociona mais de 2 mil pessoas em homenagem aos 116 anos do Theatro Municipal

Espetáculo musical percorreu toda a trajetória histórica do Theatro, do pop ao erudito

Banda dos Fuzileiros Navais emociona mais de 2 mil pessoas em homenagem aos 116 anos do Theatro Municipal
Diversos convidados abrilhantaram o evento – Photo: Suboficial Johnson/Marinha do Brasil

Um dia emocionante. Assim foi o concerto da Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) em homenagem aos 116 anos do Theatro Municipal do Rio de Janeiro (TMRJ). O evento, que foi aberto ao público e teve a presença de mais de 2.200 pessoas, contou com a participação especial dos artistas dos Corpos Permanentes de Dança, Coro e Orquestra do TMRJ, além de diversos outros convidados de renome.

Conduzida por um ator que interpretava um entregador de jornal, com traje de época, as manchetes de cada década foram usadas como fio condutor para que o público pudesse contemplar os diferentes momentos que marcaram a trajetória do centenário Theatro, desde sua fundação até os dias atuais, marcada pela convergência dos mais diversos gêneros musicais, do clássico e erudito ao popular, do internacional ao nacional, completando um espetáculo de quase duas horas de maestria.

A Banda Sinfônica do CFN é composta por três Oficiais Regentes e 120 músicos militares, homens e mulheres, todos Fuzileiros Navais, e se fez acompanhar de um coro de cantores solistas qualificados e com timbres de voz singulares. Além disso, possui instrumentos de percussão variados, de sopro, de cordas e de palhetas, que fazem dessa banda um grupo único, capaz de executar um vasto repertório constituído dos mais variados gêneros musicais, com arranjos de extrema qualidade e de alto grau de complexidade de execução musical.

Os convidados foram recebidos no hall de entrada do Theatro pelos Pequenos Mozart, que encantavam quem chegava ao local. O concerto começou com o “Hino à Bandeira”, de Olavo Bilac e Francisco Braga, executado em um solo de harpa pela Terceiro-Sargento (Fuzileiro Naval – Músico) Giovana Sanches. Após, foi a vez do “Hino Nacional” ser executado pelo coro do CFN e pelas crianças do Programa Forças no Esporte (PROFESP). Na sequência, a banda tocou “Insomnia”, de Francisco Braga, obra apresentada na inauguração do Theatro. Vale destacar que Francisco Braga revolucionou as bandas militares ao inserir a música clássica em seus repertórios, foi maestro da Banda Sinfônica do CFN, e, desde 1968, é o patrono dos músicos Fuzileiros Navais. Em seguida, fazendo mais uma homenagem ao mestre, foi tocado “Episódio Sinfônico”, também de Braga.

Para homenagear a primeira transmissão radiofônica do Brasil, ocorrida em 7 de setembro de 1922 no Theatro Municipal, foi tocado “O Guarani” e “Sento una Forza Indomita”, ambas de Carlos Gomes, as quais contaram com as vozes do Suboficial (Reserva) Samuel Alves e da Primeiro-Sargento (Fuzileiro Naval - Músico) Patrícia Monção. Além disso, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro também foi palco da primeira montagem completa na América Latina do Ballet “O Lago dos Cisnes” de Tchaikovsky, que ocorreu em 1959. Para marcar esse momento, a bailarina do Corpo de Baile do TMRJ, Liana Vasconcelos, executou o famoso “A Morte do Cisne”, do coreógrafo Mikhail Fokine, levando a plateia a aplaudir de pé.

A integração dos coristas do Theatro Municipal com os da Banda Sinfônica dos Fuzileiros Navais foi um dos pontos mais marcantes do espetáculo musical. A sequência começou com “Nessun Dorma”, de Giacomo Puccini, da Ópera Turandot, primeira obra produzida exclusivamente por funcionários do Theatro Municipal, em 1978. As participações do Tenor do Coro do Theatro, Guilherme Moreira, e do Suboficial Samuel Alves, levaram o público ao delírio com suas notas altíssimas. Em seguida, “Brindisi”, de La Traviata, obra mais encenada no palco do Theatro Municipal, 154 vezes, contou com a participação do Tenor João Campello e da Soprano Carolina Morel, ambos do Coro do TMRJ, juntamente com o Tenor Suboficial Samuel Alves, a Soprano Sargento Patrícia Monção e o Coro do CFN.

Para homenagear os tempos de ouro dos bailes de carnaval, a cantora Mona Vilardo subiu ao palco e cantou com o público algumas marchinhas de sucesso das cantoras do rádio, que também se apresentaram no palco do Theatro, dentre elas estavam “Oh, Abre Alas”, “Taí”,Chiquinha Bacana” e “Tem Marujo no Samba”.

Na sequência, foi a vez do cantor Ito Melodia abrilhantar o evento com clássicos como “Liberdades, Liberdade! Abra as Asas Sobre Nós” e “Cidade Maravilhosa”. Ito também emocionou o público ao salientar o quanto se orgulhava de estar ali com a Banda Sinfônica, a qual ele disse que mora em seu coração.

O regente convidado, Professor Doutor Vinicius de Carvalho, do King’s College London, explicou sobre a importância de Villa-Lobos e regeu “Fantasia em 3 Movimentos (Mov. 3) (Molto Allegro)”, obra de destaque do autor. Dando continuidade, os Pequenos Mozart tocaram com seus violinos “Entre Céus e Cores”. Na sequência, foi a vez do Segundo-Sargento (Fuzileiro Naval-Músico) Lucas Wesley e da Terceiro-Sargento (Fuzileiro Naval-Músico) Laís Souza agitarem a plateia com “Lamento no Morro”, “Chega de Saudade”, “Águas de Março” e “Eu Sei Que Vou te Amar”, todas canções de Tom Jobim. Aumentando ainda mais o ritmo, os guitarristas da Banda Sinfônica subiram ao palco para tocar “Agora só Falta Você”, de Rita Lee, “Metamorfose Ambulante” e “Maluco Beleza”, de Raul Seixas, “Born to be Wild”, de Steppenwolf, e “You Give Love a Bad Name”, de Bon Jovi.

Saindo do rock para o pagode, foi a vez da engenheira e cantora Ana Gabriella, da Empresa AMAZUL e do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB), cantar “Clareou”, de Diogo Nogueira, “Conselho”, de Almir Guineto, e “A Batucada dos Nossos Tantãs”, de Fundo de Quintal. Para fechar os ritmos musicais, as cantoras Primeiro-Tenente (Cirurgiã Dentista Temporária) Ana Carla Campos e Sargento Laís Souza, juntamente com o coro do PROFESP e com as famosas gaitas de fole do CFN, levantaram o público com muito axé, tocando e cantando “Baianidade Nagô”, da Banda Mel, “Você Não Me Ensinou a Te Esquecer”, de Gilmelândia, “Beleza Rara”, da Banda Eva, e “Pipoca”, do Araketu.

Após passar por tantos estilos musicais, a Banda Sinfônica fechou o evento com “Cisne Branco”, hino oficial da Marinha do Brasil (MB).

Emoções que marcaram as mais de 2 mil pessoas no Theatro Municipal

Segundo o gerente de marketing Daniele Santovetti, 67 anos, a melhor parte foi a ópera. “Eu adorei todo o espetáculo, mas como sou italiano, para mim, a melhor parte foi a ópera. Achei os cantores e cantoras magníficos”, ressaltou. Já para a professora Renata Mendonça, 60 anos, o destaque foi o samba. “Muito bom poder ouvir o samba tocado por uma Banda Sinfônica e ainda por cima no Municipal”, afirmou.

A enfermeira Fabiana Pereira dos Santos Oliveira, 52 anos, que foi ao espetáculo com seu esposo e seus dois filhos, frisou que achou o concerto lindo e maravilhoso. 

“Fiquei encantada, ainda mais com o Ito Melodia no palco. Foi muito interessante, até porque o concerto contou a história do Rio de Janeiro de uma forma musical. Com certeza, esse é um programa diferenciado e muito bom para a família”, explicou.

Para a Regente da Banda Sinfônica, Capitão-Tenente (Auxiliar Fuzileiro Naval) Gizelle Rebouças, “estar no palco do Theatro Municipal em seus 116 anos é reafirmar a força da música como elo entre tradição e contemporaneidade. Para nós, é uma honra unir disciplina militar e arte em um espaço que representa a memória cultural do Brasil."

Saiba mais

A história da Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais começou com a primeira Banda de Música da Marinha, que surgiu oficialmente em 1872, com origem na música marcial. Em 1965, foi denominada Banda de Concerto do Corpo de Fuzileiros Navais e, em 1974, durante um concerto em comemoração ao 166° aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, recebeu o nome de Banda Sinfônica do CFN, sua denominação atual. Hoje, a Banda Sinfônica possui um vasto repertório, com os mais variados gêneros musicais, os quais se estendem do erudito ao popular.

Atualmente, é constituída por aproximadamente 100 componentes, todos Fuzileiros Navais, homens e mulheres músicos concursados, servindo na Companhia de Bandas do Batalhão Naval, localizada na histórica Fortaleza de São José da Ilha das Cobras, no Centro do Rio de Janeiro (RJ), construída em 1736. Há instrumentos de percussão variados, de sopro, de cordas e de palhetas, que fazem da Banda Sinfônica um grupo único, capaz de executar de peças eruditas a clássicos populares, com arranjos de extrema qualidade e de alto grau de complexidade de execução musical. A Banda se faz acompanhar de um coro de cerca de 25 outros músicos e de cantores solistas altamente qualificados e de timbres de voz singulares, totalizando mais de 120 músicos.

Cabe destacar, dentre as apresentações no exterior, o concerto sinfônico para a Rainha Elizabeth II no Palácio de Buckingham, na Inglaterra, em 1952; o concurso de bandas na cidade de Hamburgo, na Alemanha, em 1974; o 5° Festival Internacional de Bandas Militares em Modena, na Itália, em 1996; o 1° Festival Internacional da Cultura da Tríplice Fronteira em Puerto Iguazu, na Argentina, em 2004; o ano do Brasil na França em 2005; e nas comemorações dos 60 anos de independência de Israel em 2008.

Já no Brasil, ocorrem inúmeras apresentações em diversas capitais do País e, anualmente, desde 1974, por ocasião do Aniversário do Corpo de Fuzileiros Navais, a Banda Sinfônica se apresenta em uma noite de gala no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Dessa forma, a boa música é difundida de maneira positiva, alcançando diferentes setores da sociedade, promovendo o acesso à cultura e enaltecendo o nome da MB.



Fonte: Agência Marinha de Notícias
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