Guardas-Marinha da 39ª Viagem de Instrução visitam a sede da Organização Marítima Internacional e acompanham debates sobre descarbonização do transporte marítimo
Futuros Oficiais conhecem o funcionamento da IMO e o papel do Brasil nas negociações ambientais internacionais
Os futuros Oficiais da Marinha do Brasil (MB), que integram a 39ª Viagem de Instrução de Guardas-Marinha a bordo do Navio-Escola “Brasil”, vivenciaram a prática da diplomacia internacional, em Londres (Reino Unido), ao participarem de um evento sobre descarbonização do setor marítimo e das medidas de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) por navios de todo o mundo.
A atividade, promovida no dia 16 de outubro, ocorreu durante a reunião especial do Comitê de Proteção do Meio Ambiente Marinho (MEPC) e proporcionou aos futuros Oficiais da MB uma vivência prática da diplomacia internacional e das discussões globais sobre a redução de emissões de GEE.
Na reunião, os futuros Oficiais receberam explicações sobre o papel da IMO como agência especializada das Nações Unidas (ONU), responsável pela regulamentação do transporte marítimo internacional, bem como sobre o funcionamento dos comitês técnicos e a importância das decisões tomadas por consenso ou por votação entre os 176 Estados-Membros.
Segundo o Representante Permanente do Brasil junto à IMO, Almirante de Esquadra (Reserva) José Augusto Vieira da Cunha de Menezes, “essa visita ocorre em um momento emblemático, dentro da Década Oceânica, e ajuda a formar uma geração de Oficiais conscientes sobre a importância de reduzir as emissões de gases de efeito estufa e de preservar os oceanos.”
Para o Almirante Cunha, a vivência internacional é um marco na carreira dos Guardas-Marinha, permitindo que compreendam, desde cedo, a importância da cooperação entre as nações e da atuação da Marinha em fóruns multilaterais. Ele afirmou ainda que a meta, de acordo com a estratégia definida pela IMO, é que as emissões de GEE do transporte marítimo internacional atinjam o nível net-zero (zero líquido) até cerca de 2050. “O Brasil vem contribuindo colaborativamente para o desenvolvimento das medidas a serem adotadas, a fim de que a meta seja alcançada de forma sustentável e justa, sem comprometer o desenvolvimento econômico e a segurança energética nacional e global”, completou.
Em suma, a visita dos Guardas-Marinha à IMO proporcionou uma oportunidade ímpar de conhecer de perto o funcionamento de uma organização internacional que desempenha papel central na proteção do meio ambiente marinho e na segurança da navegação. O contato direto com o ambiente diplomático e técnico da IMO contribui para ampliar a formação dos futuros Oficiais, alinhando-os às questões contemporâneas do setor marítimo mundial.
Para o Guarda-Marinha João Marcos Neves Fogal Garcia Porto, a visita à IMO, durante este início da carreira de Oficial, representou um momento de troca de informações, ideias e muita motivação. “Entendemos, ali, o quão fundamental é não somente representar a Marinha do Brasil fora do País, mas também aprender sobre as questões atinentes ao mar europeu e desenvolver uma cultura oceânica diplomática. Visitamos países com culturas extremamente ligadas ao oceano, assim como também é a nossa Nação”, resumiu.
Sobre a IMO
A Organização Marítima Internacional (IMO) é uma agência especializada da Organização das Nações Unidas (ONU), criada em 1948, tendo iniciado suas atividades em 1959. Sua missão é desenvolver e adotar regulamentos internacionais voltados à segurança, à eficiência e à sustentabilidade do transporte marítimo.
O Brasil é um dos Estados-Membros da IMO desde 1963 e mantém, desde o ano 2000, a Representação Permanente junto à Organização, chefiada atualmente pelo Almirante de Esquadra (Reserva) José Augusto Vieira da Cunha de Menezes. A presença permanente da MB na IMO tem como missão defender os interesses nacionais, acompanhar a evolução das normas internacionais e contribuir para o fortalecimento da governança marítima global.
Preocupação mundial
De 13 a 17 de outubro, outro evento internacional chancelou a preocupação mundial com aspectos técnicos e regulatórios relacionados ao mar. A Secretaria Naval de Segurança Nuclear e de Qualidade (SecNSNQ), da Marinha, integrou a delegação brasileira que participou do workshop inter-regional sobre critérios de segurança para usinas nucleares transportáveis, realizado em Pequim, na China.
O evento, promovido pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), em parceria com a empresa China Nuclear Power Engineering (CNPE), reuniu especialistas de 22 países para discutir aspectos técnicos e regulatórios relacionados à segurança de usinas nucleares transportáveis e flutuantes.
Além de representarem um avanço em termos de segurança e flexibilidade operacional, as novas configurações nucleares vêm sendo debatidas no contexto da transição energética global, por seu potencial de oferecer geração elétrica estável e de baixa emissão de carbono, em complemento às fontes renováveis, como a solar e a eólica, que são intermitentes. Nesse cenário, a energia nuclear desponta como um elemento estratégico para a descarbonização das matrizes energéticas, reforçando a importância de um arcabouço regulatório robusto e internacionalmente harmonizado, que assegure sua adoção global de forma segura e sustentável.
Fonte: Agência Marinha de Notícias
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